Desde que adotamos a estratégia de factor investing na gestão de nossos produtos, em novembro/2018, não havíamos passado por nenhum momento de incerteza ou recessão como o que estamos vivendo atualmente.
Estes momentos são fundamentais para apontar bons portfólios, gestões e estratégias. Resiliência é fundamental em um portfólio. No caso de um fundo de ações, a resiliência vem na geração de valor para o cotista em momentos de mercado em alta e na proteção nos mercados de baixa, gerando resultados positivos quando comparado ao índice de mercado.
Gestão de um portfólio não está unicamente ligado ao processo de seleção de ativos, que em nosso caso é sistematizado. Existem diversos mecanismos como diversificação, estruturas de proteção (hedge) e quantidade de recurso em caixa que permitem aumentar ou diminuir a exposição ao risco de mercado.
Gerimos um FIA Long Only, produto que precisa superar o retorno do índice de mercado. Em nosso caso, o benchmark de nosso fundo é o IBX, índice que apresenta o retorno dos 100 ativos com mais negociabilidade e representatividade do mercado de ações brasileiro.
No final de janeiro, acompanhando as informações do COVID-19 na China e dado o nível de preço dos ativos no mercado local, aliado a drivers de fatores que começavam a apresentar algumas anomalias, entendemos ser prudentes e aumentar nossa posição de caixa e, paralelamente, estruturamos algumas operações de hedge para o fundo.
O retorno da bolsa no primeiro trimestre de 2020 (1T2020) foi o pior já observado na história, superando o 3T1986. O mês de março foi marcado por 6 circuit breakers, e foi o pior mês desde agosto/1998.
Não imaginávamos um movimento de queda tão rápido e agressivo como presenciamos no mês de março. Nosso hedge foi dimensionado para proteger a carteira até um certo patamar. Mesmo assim, no 1T2020 o fundo teve um retorno 14.48% superior ao mercado, sendo que 9.55% apenas em março.
Boa parte desses hedges foram liquidados e os recursos foram destinados a aumentar a posição em ações a um patamar de preço muito menor. Outra parte dos recursos foi utilizada para uma nova operação de hedge, focado na compra de seguros mais baratos e que possam proteger o portfólio em eventuais extensões da quarentena que possam impactar mais as expectativas de volta da economia.
Entendemos que este foi um dos trimestres mais desafiadores da história, principalmente pela agressividade da queda. Por muitas vezes, o mercado ficou disfuncional.
Diante de todo esse cenário, desde o início da utilização do factor investing para a gestão dos recursos de nosso cotista, ainda no Avantgarde FIM, a estratégia apresenta um retorno de 30.41% enquanto a bolsa (IBX) teve um retorno de -16.57%.
Considerando apenas o FIA, que incorporou o FIM em agosto/2019, o fundo apresentou retorno de -1.73% e a bolsa de -26.53%.
Performance
Assim como na última carta, vamos apresentar o painel comparativo entre os 5 fatores, o IBX e nosso fundo, que apesar de estar operacional há 8 meses, já era executado em outro fundo gerido pela casa desde novembro de 2018.
Em todas as janelas observadas, o fundo apresentou melhor performance em comparação aos fatores de risco e ao IBX.
Esperamos continuar gerando resultados para nossos cotistas, tanto nos movimentos de alta, superando o índice de mercado, como nos de baixa, salvando recursos que são extremamente relevantes em um portfólio de longo prazo.